Eleições 2022: Quem são os governadores eleitos

Atualizado em 01 de novembro de 2022 às 3:16 pm

Com o fim do 2º turno das eleições deste ano no último domingo (30/10), os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal foram definidos.

Em 12 estados brasileiros, a população brasileira foi às urnas para eleger o governador pelos próximos quatro anos, quando em outras 15 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal, já haviam escolhido o Chefe do Executivo no primeiro turno.

As eleições de 2022 bateram recorde de governadores reeleitos desde 2006 – dos 20 candidatos, 18 confirmaram o segundo mandato sendo que apenas em dois estados, São Paulo e Santa Catarina, os eleitores escolheram em não dar continuidade ao governo atual.

Deste modo, os partidos que terão maior governabilidade são: Republicanos, PT e PL.

– O Republicanos será a legenda que governará mais brasileiros: 48,26 milhões de pessoas.

– O Partido dos Trabalhadores (PT) elegeu quatro governadores e será a segunda legenda a governar mais brasileiros: 31,08 milhões de pessoas.

– O Partido Liberal (PL) teve dois governadores eleitos e será a terceira legenda com mais governados no Brasil.

A seguir vejamos o detalhamento dos candidatos eleitos em 1º e 2º turnos. Verifica-se que 18 governadores foram reeleitos, onde 12 venceram ainda no primeiro turno e os outros 6 foram reeleitos no segundo turno.

Vejamos a seguir um breve perfil de cada um dos governadores eleitos:

ACRE

Gladson Cameli (PP): Foi reeleito em 1º turno com 56,75% dos votos. Em 2018, rompeu a hegemonia de 20 anos de governos petistas no Estado. Sua família tem empresas de construção civil e exploração de madeira. Durante seu mandato, defendeu pautas conservadoras de costumes e liberais na economia.

ALAGOAS

Paulo Dantas (MDB): foi reeleito no 2º turno com 52,38% dos votos. Se tornou governador do Estado em maio deste ano em razão de um mandato-tampão. No mês de outubro, foi afastado do cargo por suspeita desvio de dinheiro para o pagamento de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa quando era deputado estadual.

AMAPÁ

Clécio Luis (Solidariedade): eleito em 1º turno com 53,69% dos votos. Foi prefeito de Macapá de 2013 a 2020. Também exerceu o cargo de vereador na cidade. À frente da prefeitura, realizou PPPs (parcerias público-privadas) na política de regularização fundiária.

AMAZONAS

Wilson Lima (União Brasil): foi reeleito governador no 2º turno com 56,99% dos votos. Sua gestão foi marcada pela crise de escassez de oxigênio durante a pandemia, resultando em milhares de mortes.

BAHIA

Jerônimo Rodrigues (PT): foi eleito em 2º turno com 52,53% dos votos. Foi secretário de Educação do Estado da Bahia no governo de Rui Costa. Também foi secretário executivo adjunto do ministério do Desenvolvimento Agrário, secretário nacional do Desenvolvimento Territorial e assessor especial do ministro do Desenvolvimento Agrário.

CEARÁ

Elmano de Freitas (PT): Foi eleito em 1º turno com 54,02% dos votos. É deputado estadual desde 2014. Nesse intervalo, disputou a prefeitura de Caucaia, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza, em 2020, mas não foi eleito. Também foi vice da chapa do PT à Prefeitura de Fortaleza em 2016, porém também não se elegeu.

DISTRITO FEDERAL

Ibaneis Rocha (MDB): Foi reeleito em 1º turno com 50,30% dos votos. Foi o 1º candidato à reeleição a vencer no 1º turno na história de Brasília. Foi presidente da OAB-DF (Ordem de Advogados do Brasil do Distrito Federal) de 2013 a 2015. Dono de publicidade um escritório de advocacia desde a década de 1990, ele disputou pela 1ª vez um cargo público em 2018, quando foi eleito governador.

ESPÍRITO SANTO

Renato Casagrande (PSB): foi reeleito no 2º turno com 53,9 dos votos. Foi eleito governador do Espírito Santo pela 1ª vez em 2010, mas não conseguiu a reeleição em 2014. Nas eleições de 2018, Casagrande foi eleito governador novamente.

GOIÁS

Ronaldo Caiado (União Brasil): Foi reeleito em 1º turno com 51,81% dos votos. Foi deputado federal por 5 mandatos e senador de 2015 a 2018. No Congresso, atuou em pautas relacionadas à agricultura e à pecuária. Sua gestão foi marcada pelo rompimento com o presidente Jair Bolsonaro (PL) por diferenças de posicionamento em relação à gestão da pandemia e pela entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal.

MARANHÃO

Carlos Brandão (PSB): Foi reeleito em 1º turno com 51,29%. Assumiu o cargo em 2 de abril depois que Flávio Dino (PSB) renunciou. Comandou diversas secretarias no Estado, como Agricultura, Meio Ambiente e Casa Civil. Também foi deputado federal.

MATO GROSSO

Mauro Mendes (União Brasil): Foi reeleito em 1º turno com 68,45% dos votos. Foi eleito prefeito de Cuiabá em 2012. Em 2018, venceu a disputa pelo governo mato-grossense no 1º turno. Seu mandato foi marcado por ações voltadas à infraestrutura.

MATO GROSSO DO SUL

Eduardo Riedel (PSDB): Foi eleito no 2º turno com 56,43% dos votos. Em 2015, passou a ocupar cargos no governo do Estado na gestão de Reinaldo Azambuja. Atuou como secretário de Governo e Infraestrutura, deixando o cargo em abril para disputar as eleições de 2022.

MINAS GERAIS

Romeu Zema (Novo): Foi reeleito em 1º turno com 56,18%. Foi presidente do grupo Zema, empresa do ramo de varejo, até 2016. Em sua gestão, enfrentou desafios para ajustar as contas públicas do Estado.

PARÁ

Helder Barbalho (MDB): Foi reeleito em 1º turno com 70,41% dos votos. Assumiu o Ministério da Pesca e Aquicultura no 2º mandato de Dilma Rousseff (PT). Sua gestão ficou marcada pelo cumprimento de 22 das 50 propostas de seu 1º plano de governo. Em 2020, seu gabinete foi alvo de buscas pela PF por supostos desvios de recursos na pandemia. Já foi vereador e prefeito de Ananindeua, região metropolitana de Belém. Também atuou como deputado estadual pelo Pará.

PARANÁ

Ratinho Jr. (PSD): Foi reeleito em 1º turno com 69,64% dos votos. Filho do apresentador de TV Ratinho, já atuou como deputado estadual, deputado federal e secretário de Desenvolvimento Urbano do Paraná.

PARAÍBA

João (PSB): foi reeleito no 2º turno com 52,33% dos votos. Já foi secretário de Infraestrutura de João Pessoa e ocupou a Secretaria de Estado da Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia.

PERNAMBUCO

Raquel Lyra (PSDB): foi eleita em 2º turno com 58,87% dos votos. Foi delegada da Polícia Federal e procuradora do Estado. Foi deputada estadual por dois mandatos. Em 2016, chegou à prefeitura de Caruaru, onde foi reeleita em 2020.

PIAUÍ

Rafael Fonteles (PT): Foi eleito em 1º turno com 57,17% dos votos. De 2015 a 2022, foi secretário da Fazenda do Piauí, deixou a função neste ano para concorrer pela 1ª vez a um cargo político.

RIO DE JANEIRO

Cláudio Castro (PL): Foi reeleito em 1º turno com 58,67% dos votos. Assumiu o governo fluminense depois do impeachment de Wilson Witzel (PSC), em abril de 2021. Em sua gestão, foi criticado por policiais nas comunidades, sendo a mais letal a do Jacarezinho, com 28 mortes.

RIO GRANDE DO NORTE

Fátima Bezerra (PT): Foi reeleita em 1º turno com 58,32% dos votos. Foi deputada estadual e federal pelo Estado. Em 2014, elegeu-se a senadora. Deixou o cargo para assumir o governo potiguar. Sua gestão ficou marcada por denúncias de irregularidades durante a pandemia.

RIO GRANDE DO SUL

Eduardo Leite (PSDB): foi eleito no 2º turno com 57,12% dos votos. Foi eleito governador do Estado em 2018, mas deixou o cargo em março para tentar o Planalto. Com a definição de Simone Tebet (MDB) como candidata do PSDB à Presidência, Leite se candidatou ao Governo.

RONDÔNIA

Marcos Rocha (União Brasil): foi reeleito em 2º turno com 52,65% dos votos. Começou sua carreira publicidade política em 2018. É militar. Sua gestão ficou marcada pela redução do limite das unidades de preservação.

RORAIMA

Antônio Denarium (PP): Foi reeleito em 1º turno com 56,47% dos votos. Além de político, é empresário, agricultor e pecuarista. Durante sua gestão, apoiou o setor industrial extrativista mineral do Estado e incentivou seu crescimento.

SÃO PAULO

Tarcísio de Freitas (Republicanos): foi eleito no 2º turno com 55,34% dos votos. Carioca, esta foi sua 1ª eleição. Foi ministro da Infraestrutura do Governo Bolsonaro.

SANTA CATARINA

Jorginho Mello (PL): foi eleito no 2º turno com 70,74% dos votos válidos. É senador pelo Estado. Foi deputado federal por dois mandatos e eleito deputado estadual quatro vezes. É presidente do PL em Santa Catarina.

SERGIPE

Fábio (PSD): foi eleito no 2º turno com 51,84% dos votos válidos. Já foi secretário de Estado do Trabalho e comandou a Secretaria Municipal de Esportes. Elegeu-se vereador de Aracaju em 2008. Foi deputado federal por três mandatos.

TOCANTINS

Wanderlei Barbosa (Republicanos): Foi reeleito em 1º turno com 58,14% dos votos. Assumiu o cargo interinamente em outubro de 2021, depois que o STJ determinou o afastamento do governador Mauro Carlesse (Agir) por suposto pagamento de propinas. Barbosa foi empossado oficialmente em março deste ano depois que Carlesse renunciou.

O perfil médio dos 27 governadores eleitos nestas eleições de 2022 é muito próximo ao registrado nas no último pleito, em 2018: há a predominância de homens (92,5%), casados (77,7%), de etnia branca (66,6%) e com ensino superior completo (96,3).

A idade média é de 52 anos, a mesma registrada em 2018. O governador mais velho eleito é Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, com 73 anos, e os mais novos são Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul, e Rafael Fonteles (PT), do Piauí, ambos com 37 anos.

Duas mulheres foram eleitas governadoras nestas eleições. A petista Fátima Bezerra, que disputou a reeleição no Rio Grande do Norte e Raquel Lyra (PSDB), de Pernambuco, que disputou o segundo turno com Marília Arraes (Solidariedade).

Dos 27 governadores eleitos, apenas um não possui ensino superior completo. Wanderlei Barbosa (Republicanos), de Tocantins, informou possuir ensino médio completo.

Entre as ocupações declaradas pelos governadores eleitos, a principal é o próprio cargo de “governador”. Também foram registrados “servidor público”, “médico”, “pedagogo” e “professor”.

AGF Advice Consultoria Legislativa, Tributária e Empresarial

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