REFORMA TRIBUTÁRIA: RELATOR DA PEC 110/2019 APRESENTA RELATÓRIO NA CCJ

Atualizado em 24 de setembro de 2019 às 10:08 pm

O senador Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no dia 18/09, seu relatório sobre a proposta de reforma tributária (PEC 110/2019). O texto, que prevê a extinção e a unificação de tributos, tem como objetivo a criação do chamado Imposto sobre Operações com Bens e Serviços (IBS), que terá as características de um imposto sobre valor adicionado (IVA).

No relatório apresentado, o Senador Roberto Rocha manifestou-se favoravelmente ao projeto, acatou parcialmente as emendas nºs 5, 7, 18, 22, 23 e 24, e posicionou-se contrário às demais emendas nos termos do substitutivo que apresenta.

A proposta original previa a incorporação de nove tributos ao IBS e a criação de um imposto sobre bens e serviços específicos — o Imposto Seletivo, de competência federal. Em vez disso, o relator sugere fundir os cincos impostos e contribuições sociais de competência da União em um IBS; e o ICMS e o ISS (estaduais), em outro IBS. Segundo ele, a medida evitaria excessiva concentração de tributos no âmbito da União.

Segundo o relator, nos termos do parecer apresentado:

Essa dualidade do IBS seria invisível ao contribuinte, que continuaria recolhendo para duas fontes, mas segundo a mesma sistemática (mesma base de incidência e mesmos princípios referentes à não cumulatividade). Cremos, com isso, que compatibilizamos a necessidade de uniformização da tributação, mas com garantia de manter a autonomia dos entes federados”.

Ainda, conforme seu entendimento, esse regime dual também evitaria que o Imposto Seletivo (IS) tenha finalidade arrecadatória.

Com a divisão equitativa das alíquotas dos dois tributos, pode-se manter a renda dos três níveis da Federação, sem a instituição de um novo tributo. O imposto seletivo, portanto, voltar-se-á a de incentivar o consumo de alguns produtos que geram externalidades negativas como fumo, bebidas alcoólicas”, detalhou.

No relatório, o senador também sugere a criação de um fundo de desenvolvimento para investimento em ações estruturais como, por exemplo, universalização do saneamento no país.

É sabido que atualmente há centenas de fundos contábeis, cujos recursos estão parados e sem utilização, e que poderiam ser destinados a gerar renda e investimento para a sociedade”, defendeu.

Emendas:

O senador incorporou parcialmente uma série de emendas apresentadas pelos senadores e outras sugestões recebidas para assegurar regimes tributários especiais em vigência, como o da Zona Franca.

O relatório também sugere a destinação para o estado do Maranhão de parte das receitas auferidas pela Base de Alcântara com o lançamento de foguetes.

Tramitação:

No dia 18/09 o relator do projeto, Senador Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), seu parecer sobre a proposta, através do qual manifestou-se favoravelmente à proposta, com acatamento parcial das emendas nºs 5, 7, 18, 22, 23 e 24, e contrário às demais emendas nos termos do substitutivo que apresenta.

Na mesma data, foi concedida vista coletiva aos Senadores, bem como apresentado voto em separado do Senador Angelo Coronel, favorável à Proposta nos termos da Emenda Substitutiva que apresenta.

Posteriormente, foram apresentadas as emendas números 33 (de autoria do Senador Antonio Anastasia – PSDB/MG); 34 e 35 (de autoria do Senador Acir Gurgacz – PDT/RO) e, ato contínuo, encaminhadas ao relator para apreciação.

Por fim, a proposta encontra-se aguardando pauta na Comissão de Constituição e Justiça.

Acesse AQUI a íntegra da PEC 110/2019 e AQUI o parecer apresentado pelo relator.

Com informações da Agência Senado.

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