A dança das cadeiras no Governo Federal: Mudança em 6 Ministérios e nas Forças Armadas

Atualizado em 31 de março de 2021 às 12:47 am

A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), do Ministério das Comunicações, responsável pela comunicação do Governo Federal, confirmou na tarde desta segunda-feira (29/03), a mudança no comando de seis pastas do primeiro escalão do Governo Federal.

A “reforma ministerial” de Jair Bolsonaro inclui trocas na Casa Civil da Presidência da República, no Ministério da Justiça, no Ministério das Relações Exteriores, na Secretaria de Governo, no Ministério da Defesa e na Advocacia-Geral da União.

As mudanças no governo começaram no final da manhã desta segunda-feira (29/03), quando o ministro Ernesto Araújo pediu demissão da pasta de Relações Exteriores, após grande pressão por parte do Congresso Nacional.

Ministério das Relações Exteriores

O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão do cargo. Integrante da chamada ala ideológica do governo, o chanceler estava no cargo desde o início da atual gestão, mas não resistiu à pressão, inclusive do Centrão, que apoia o Planalto, em razão da política diplomática durante a pandemia.

O ex-ministro vinha recebendo pressão de congressistas para deixar o cargo, por causa dos problemas apresentados na negociação com países para a compra de vacinas para o combate da Covid-19. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também publicou nota oficial solicitando a demissão do ministro.

No lugar dele quem assume é o diplomata Carlos Alberto Franco França, atualmente assessor especial de Bolsonaro, mas que até poucos meses atrás ocupava o cargo de chefe do cerimonial da Presidência da República.

França foi promovido a ministro de primeira classe (embaixador) em 2019, o último posto da carreira diplomática. No exterior, atuou como ministro-conselheiro na Embaixada do Brasil na Bolívia e também serviu em representações diplomáticas em Washington (EUA) e Assunção (Paraguai).

Ministério da Defesa

Em nota oficial publicada pelo Ministério da Defesa, o ex-ministro, general Fernando Azevedo e Silva, anunciou a saída do governo, agradecendo ao Presidente da República e aos Comandantes das Forças Armadas.

Indicado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal para o cargo, Azevedo e Silva nunca teve afinidade total com a política desejada pelo Planalto.

Para o Ministério da Defesa, o general Walter de Souza Braga Netto, que chefiava a Casa Civil, será deslocado para comandar a pasta.

Casa Civil

Com a mudança na Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a Segov (Secretaria de Governo), foi indicado para o posto de Braga Netto.

Secretaria de Governo

O general Luiz Eduardo Ramos, que ocupava a Secretaria de Governo (Segov), passa a comandar o Ministério da Casa Civil. Deste modo, foi confirmada a indicação da Deputada Federal, Flávia Arruda (PL/DF).

Na Câmara, Flávia Arruda sempre atuou de forma favorável ao governo Bolsonaro. Votou a favor da reforma da Previdência e foi, recentemente, presidente da Comissão Mista do Orçamento, no Congresso.

A pasta, responsável pela articulação política, era uma antiga reinvindicação do centrão

Ministério da Justiça e Advocacia Geral da União (AGU)

Na esteira das demais mudanças, o advogado-geral da União, José Levi, também anunciou a saída do cargo. O cargo de comando da Advocacia-Geral da União (AGU), será ocupado por André Mendonça, que estava no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Mendonça volta a ocupar o mesmo cargo em que esteve até abril de 2020, quando substituiu o ex-ministro Sergio Moro no comando do Ministério da Justiça.

Em seu lugar no ministério, assumirá o delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Forças Armadas

Nesta terça-feira (30/03), em mais um dia de movimentações no Governo Federal, o Ministério da Defesa comunicou que os comandantes das Forças Armadas deixarão os cargos de comando. Em nota oficial, o ministério informa que os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa; do Exército, Edson Leal Pujol; e da Aeronáutica, Antônio Carlos Bermudez, serão substituídos.

A renúncia dos comandantes militares ocorre no dia seguinte à demissão de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa.

A decisão foi discutida em reunião realizada na manhã desta terça-feira, com a presença do ex-ministro, Fernando Azevedo, do ministro nomeado, Walter de Souza Braga Netto, e os comandantes das Forças Armadas.

A intenção é que ao longo da semana sejam realizadas novas reuniões para decidir quem serão os substitutos.

Dança das Cadeiras no Alto Escalão

A troca de ministros anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro teve como principal objetivo diminuir as resistências dentro do próprio governo e aumentar o controle sobre as estruturas do governo com capacidade de fazer um embate mais assertivo com governos estaduais e municipais, ao passo que coloca aliados de extrema confiança nas áreas mais estratégicas do governo: Defesa e Justiça.

O presidente também tenta uma maior aproximação do centrão, ao passo que o grupo assume a coordenação política do Governo Federal.

O anúncio da reforma ministerial, realizado nesta segunda-feira, fez de Jair Bolsonaro o 3º presidente que mais trocou ministros desde a redemocratização. No total, o presidente já fez 24 (vinte e quatro) trocas no comando de ministérios, superando os ex-presidentes Fernando Collor (21), Fernando Henrique Cardoso (8), Lula (10) e Dilma Rousseff (17).

Deste modo, Bolsonaro fica atrás apenas dos ex-presidentes Michel Temer (32) e Itamar Franco (41).

Os ministros Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública, e André Mendonça, da Advocacia Geral da União, tomaram posse nesta terça-feira (30) em cerimônia reservada e fechada à imprensa no Palácio do Planalto.

Os outros quatro ministros que foram admitidos ou realocados na reforma ministerial de Bolsonaro, devem tomar posse em cerimônia prevista para a próxima semana, no Palácio do Planalto.

As nomeações já foram publicadas no DOU (Diário Oficial da União), e o evento será apenas uma forma de formalizar publicamente as indicações para os novos cargos.

Acesse a lista completa e atualizada com os atuais ministros do Governo Federal.

AGF Advice Consultoria Legislativa, Tributária e Empresarial

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